Vultos da História e da Cultura homenageados em coleção filatélica dos CTT
6 de Agosto, 2024
Todos os anos, os CTT cumprem a sua missão de divulgadores de Cultura, registando para a memória futura do nosso país, nomes de personalidades que se distinguiram nas mais diversas áreas da Arte e do Conhecimento.
Nesta nova emissão filatélica, a homenagem é feita a seis vultos da História e da Cultura do nosso País: aos Poetas Alexandre O’Neill (1924-1986), António Ramos Rosa (1924-2013) e Sebastião da Gama (1924-1952), à pintora Alice Jorge (1924-2008), ao cientista António Manuel Baptista (1924-2015) e ao Neurocientista Egas Moniz (1874-1955).
Eis uma breve biografia de cada um dos homenageados:
Alexandre O’Neill
Nascido em Lisboa, O’Neill cedo começou a demonstrar pendor para as letras, independentemente de não ter tido em rigor uma formação especializada no tema. Irreverente, satírico, muito próximo das ideias do surrealismo (fundou o Movimento Surrealista de Lisboa), dividiu a atividade entre a publicidade, que lhe permitia ganhar a vida, e a literatura. A sua obra literária, que possui traços geniais de grande ironia, é na sua maioria poética, mas contém igualmente antologia, prosa e traduções, tendo atingido o auge de produção na década de 60 do século XX. Ficou célebre a alcunha que a si próprio atribuiu: «o poeta caixadóclos».
António Ramos Rosa
Poeta e democrata, foi fundador do MUD (Movimento de União Democrática) que se opunha ao regime, tendo por isso sido preso. Ramos Rosa empenhou-se durante toda a sua vida de jornalista – foi fundador da revista Árvore − e de escritor, em defender sobretudo a qualidade estética do verso e da prosa, independentemente da filiação em correntes de pensamento literário. Para ele, toda a poesia decorria naturalmente da manifestação de uma «necessidade superior», ao nível da criação e da intervenção social.
Sebastião da Gama
Apesar de ter desaparecido muito cedo, antes de completar 28 anos, vítima de tuberculose, a obra e a vida de Sebastião da Gama são indissociáveis da Serra da Arrábida que muito amou e considerava ser a sua principal fonte de inspiração. Ecologista antes deste termo ter sido cunhado e adotado pelos militantes pela conservação e proteção do ambiente, inspirou a fundação da Liga para a Proteção da Natureza, a primeira associação deste tipo em Portugal. A sua obra literária é vasta, composta por livros de poesia, mas também por textos pedagógicos e sobretudo pelo seu Diário, iniciado em 1949 e que o acompanha durante quase todo o percurso de vida, contendo reflexões sobre a «lúcida aprendizagem da morte» e da «consciência de vida efémera» com que lidou em grande parte da sua existência.
Alice Jorge
Inicialmente muito envolvida na corrente artística do neorrealismo português, a vida desta pintora, gravadora, ceramista e professora de artes gráficas, passou-se sobretudo em Lisboa, cidade onde nasceu e trabalhou com maior frequência.Embora a sua formação tenha tido vertente clássica na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, com uma breve passagem pelo Porto, a prática da sua expressão formal de arte, cedo se libertou desse enquadramento, evoluindo para conceitos modernistas e abstratos que se concretizaram não só na pintura e na gravura, como na cerâmica, no azulejo e na tapeçaria. Está representada nos museus nacionais de referência.
António Manuel Baptista
Conhecido sobretudo pela sua atividade incansável como divulgador da ciência na imprensa, rádio e televisão, que lhe mereceram os prémios Imprensa, em 1969, e Televisão em 1981, António Manuel Baptista teve paralelamente uma carreira importante como investigador e cientista, escritor e pedagogo. Foi professor catedrático de Física na Academia Militar e diretor do Laboratório de Isótopos do Instituto Português de Oncologia (IPO) de 1961 a 1983, tendo trabalhado no Medical Research Council e no Royal Cancer Hospital de Londres. Foi um dos pioneiros em Portugal da física nuclear ao serviço da medicina, tendo deixado importante obra publicada.
Egas Moniz
Médico neurologista, professor catedrático, político e diplomata, é sobretudo conhecido pelos seus trabalhos no âmbito da Angiografia Cerebral e da Leucotomia pré-frontal, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Nobel em 1949, pelo desenvolvimento desta última especialidade. Menos conhecida é a sua atividade política, sempre informada pela defesa da liberdade e da democracia, o que lhe valeu vários dissabores durante a ditadura. Fundou o Partido Republicano Centrista, depois integrado no Partido de Sidónio
Pais. Foi deputado entre 1903 e 1917, embaixador de Portugal em Espanha, e ministro dos Negócios Estrangeiros em 1918. Mais tarde, em 1928, foi nomeado delegado de Portugal na Conferência de Paz, em Versaille
Esta emissão filatélica é composta por seis selos com um valor facial de 0,65€, com uma tiragem de 70 mil exemplares cada. O design dos selos esteve a cargo Túlio Coelho, da Colmeia Design.
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