CTT lançam primeiro Crypto Stamp Português em formato físico e NFT
28 de Fevereiro, 2023
Os CTT – Correios de Portugal lançam, esta terça-feira, 28 de fevereiro, o primeiro crypto stamp (cripto selo) português, emitido em formato físico e NFT (non-fungible Token), com benefícios exclusivos para colecionadores.
Este lançamento, sob o tema “Navegando à descoberta do Futuro”, reforça o papel dos CTT como um dos operadores postais mais disruptivos e ativos no desenvolvimento de novos produtos e serviços em todas as áreas da empresa, incluindo a filatelia. O desenvolvimento deste crytpo stamp foi realizado em parceria com a start-up estoniana Stampsdaq, uma empresa dedicada à cooperação com operadores postais de todo o mundo, fazendo a ponte com os colecionadores.
Para Raul Moreira, diretor de Filatelia dos CTT, “os CTT têm mantido, ao longo dos seus 170 anos enquanto emissores oficiais de selos, uma excelente reputação de desenvolvimento tecnológico e de inovação artística. Fomos os primeiros no mundo a emitir um selo em cortiça, os primeiros a produzir selos em tecido de seda, os primeiros igualmente a incluir LED’s remotamente ativados nos selos e ainda os primeiros a inserir num bloco filatélico uma folha de grafeno (forma cristalina do carbono) onde estava gravado um poema de Miguel Torga que era lido através de uma aplicação. Esta aposta faz parte da nossa missão de sermos altamente inovadores nos selos que lançamos e acreditamos que este cripto selo vai apelar tanto aos nossos antigos coleccionadores como aos novos. Escolhemos a StampsDaq como parceiro para o selo digital porque partilhamos uma visão comum sobre o futuro da filatelia.”
“A nossa parceria com os CTT é um marco importante para a StampsDaq e constitui para nós uma validação do nosso modelo de negócio por um dos mais importantes operadores postais europeus", disse Andrii Shapovalov, CEO da StampsDaq. "Todos os elementos da cadeia de valor filatélica são preciosos, mas os colecionadores são os que mais devem beneficiar, e estou satisfeito por os CTT terem a mesma visão e estratégia para que isso aconteça. As possibilidades oferecidas pela blockchain irão complementar e definitivamente melhorar a experiência tradicional de recolha de selos permitindo novas, autênticas e gratificantes oportunidades para os colecionadores.”
Os NFT são ficheiros digitais com atributos de raridade, que podem ser equiparáveis a peças de arte com determinado valor de mercado, estando assentes em blockchain (uma estrutura que armazena registos transacionais do público em geral sob a forma de bases de dados) para garantir a autenticidade e a segurança.
Este crypto stamp “Caravela” terá uma emissão total de 40 mil exemplares, com um valor facial de 9,90 euros: 30 mil em formato físico, com o seu “gémeo” digital, em NFT, e 10 mil exemplares exclusivamente digitais, disponíveis na plataforma da StampsDaq. Na versão física, à venda na loja física e na loja online dos CTT, o comprador recebe um cartão com o selo físico e um código numérico de 10 dígitos. Este código deverá ser inserido na plataforma StampsDaq para permitir o acesso digital ao selo NFT correspondente.
O selo NFT, de formato digital, tem níveis de raridade diferentes sendo que aquele que corresponde ao selo que se comprou só é conhecido quando se acede à plataforma da StampsDaq. No formato físico existe apenas o selo comum, mas quando se realiza o resgate do NFT associado, o colecionador recebe um selo digital com um de 4 níveis de raridade. Existem quatro categorias: comum, com 35 mil exemplares; raros, com 4 900 exemplares; super raros, com 99 exemplares e único, com apenas um exemplar. O facto de se desconhecer no momento da compra o nível de raridade, faz com que não seja possível escolher o NFT associado, o que torna este selo muito interessante tanto para colecionadores tradicionais, como para consumidores nativos digitais e, naturalmente, para todos os interessados em reforçar a sua carteira.
O selo digital fica acessível na crypto wallet e pode ser pago com Matic - a criptomoeda nativa da rede Polygon ou utilizando um cartão de crédito. Assim que o NFT é acedido deve ser guardado na crypto wallet, que permite o armazenamento do selo e a sua consulta a qualquer momento.
Esta iniciativa é mais um exemplo de co-inovação nos CTT desenvolvido em parceria com o seu ecossistema de start-ups. Os CTT têm no CTT 1520 StartUProgram o seu programa de relacionamento com empreendedores a quem procura abrir as portas ao ecossistema da empresa, procurando projetos que se enquadrem no seu negócio, potenciando áreas de colaboração conjunta e com os benefícios recíprocos que daí advêm. Desde a sua criação, o programa já mapeou mais de 1800 empresas, contando com 32 projetos atualmente em curso: 15 em parcerias comerciais, 17 em projetos de co-criação (5 em piloto técnico e 12 em produção), 1 aquisição e 3 investimentos via Techtree, a KIT-AR, a Sensefinity e a Habit.
Esta aposta dos CTT na inovação na filatelia insere-se na estratégia de longo prazo da empresa, que passará por uma maior exploração e integração de novas experiências filatélicas, reforçando a componente do colecionismo ao papel prático do selo.